Resenha: O Rouxinol - Kristin Hannah

Informações do livro:

Autor: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 432
Onde Compra: Travessa, Saraiva e Buscapé
Sinopse:

França, 1939: No pequeno vilarejo de Carriveau, Vianne Mauriac se despede do marido, que ruma para o fronte. Ela não acredita que os nazistas invadirão o país, mas logo chegam hordas de soldados em marcha, caravanas de caminhões e tanques, aviões que escurecem os céus e despejam bombas sobre inocentes.Quando o país é tomado, um oficial das tropas de Hitler requisita a casa de Vianne, e ela e a filha são forçadas a conviver com o inimigo ou perder tudo. De repente, todos os seus movimentos passam a ser vigiados e Vianne é obrigada a fazer escolhas impossíveis, uma após a outra, e colaborar com os invasores para manter sua família viva.
Isabelle, irmã de Vianne, é uma garota contestadora que leva a vida com o furor e a paixão típicos da juventude. Enquanto milhares de parisienses fogem dos terrores da guerra, ela se apaixona por um guerrilheiro e decide se juntar à Resistência, arriscando a vida para salvar os outros e libertar seu país.
Seguindo a trajetória dessas duas grandes mulheres e revelando um lado esquecido da História, O Rouxinol é uma narrativa sensível que celebra o espírito humano e a força das mulheres que travaram batalhas diárias longe do fronte.
Separadas pelas circunstâncias, divergentes em seus ideais e distanciadas por suas experiências, as duas irmãs têm um tortuoso destino em comum: proteger aqueles que amam em meio à devastação da guerra – e talvez pagar um preço inimaginável por seus atos de heroísmo.

"Se há uma coisa que aprendi nesta minha longa vida foi o seguinte: no amor, nós descobrimos quem desejamos ser; na guerra, descobrimos quem somos."

O ano é 1939, e a Europa está passando pela Segunda Guerra Mundial, o país que se passa a história é a França, todos acreditam que a mesma não será invadida pelos nazistas, mas logo se prova ao contrário, o mesmo logo passa a ser governado pela Alemanha.

Vianne e Isabelle são duas irmãs com personalidades distintas e, por causa disso, muitas vezes brigaram por opiniões divergentes e sobre como agir na guerra não foi diferente. Enquanto Vianne busca se invisível e segui as regras, para que assim possa garantir a segurança de sua filha e esperar pelo retorno de seu marido, Isabelle busca fazer algo pelo seu país, tirar-lo das mãos dos nazista e trazer de volta a vida e a beleza que fora um dia.

"- Se as famílias francesas normais não têm dinheiro para tomar esse vinho, como posso apreciá-lo, Herr Capitão?"

Sabe aquele livro que depois de terminado você deseja que você não tivesse lido? Então, pode considerar esse um desses, mas não se engane, ele não foi ruim, péssimo ou irregular, não! Completamente o contrário, ele me pôs a pensar sobre o mundo que vivemos. Simplesmente isso.

Como puderam ter percebido, o enredo criado por Kristin Hannah se passa durante a Segunda Guerra Mundial, na França. E acompanhar a história dessas duas irmãs foi algo angustiante, tenso e sempre pensava E agora?, esse era o meu pensamento mais decorrente durante a leitura.

"- Vou tentar conter minha língua.- Faça mais do que tentar."

A autora me jogou em uma época que eu só ouvia falar, sabe, em livros de história, para mim aquilo estava no passado, bem distante da minha realidade, mas não, não está distante, muito menos em um livro de história. Na verdade está bem na nossa cara, ali na esquina, talvez. Apesar da Segunda Guerra Mundial ter terminado, ela deixou seus destroços e, mesmo que ainda não declarada oficialmente, diariamente enfrentamos uma guerra nas ruas, contra vários tipos de violência. Antes, o mal andava por aí e o bem se escondia, hoje, o bem anda por aí e mal está sempre na espreita.

Eu ainda não tenho palavras para expressar meus sentimentos por este livro, eu ainda estou chocado com tudo que li, que, apesar de está em um livro, eu sei que aconteceu na vida real e muitas, muitas, pessoas morreram por defender algo que acreditavam. Resumindo, nem uma das palavras que eu usar, irá descrever com exatidão está leitura que tanto me marcou.

 Um Rouxinol

Bom, logo de cara eu me surpreendi com a história contada, sinceramente, me senti levando um tapa na cara da realidade. Mas, não acabou por aí, com o decorrer da leitura eu fui percebendo o quanto eu era leigo em relação a Segunda Guerra Mundial, na verdade, eu ainda sou muito leigo em relação à isso, mas este livro me ensinou que naqueles tempos não existia nada, além do ego de um homem que pregava algo inconcebível, e, o pior de tudo, que um país ouviu e seguiu este homem.

Mas este não é o foco do livro, na verdade, o mesmo mostra a luta de pessoas pela liberdade de seu país, se focando em duas mulheres, aos quais são irmãs e lutaram, de forma diferente, por uma mesma causa, a preservação de vidas.

Além de tudo já citado, devo dizer que há muito mais, sim, eu não consigo citar muito mais, pois acho que para sentir o que senti, só lendo, realmente. Este livro é para pessoa que querem se emocionar, conhecer uma época difícil e injusta e, acima de tudo, onde a esperança, mesmo que pequena, prova que pode salvar vidas.

"Como a vida era frágil, como eles eram frágeis.Amor.Era o começo e o fim de tudo, a fundação, o teto e o ar existente entre as duas coisas."

Vamos falar um pouco dos personagens? Sim! Então, acho desnecessário falar que foram muito bem construídos e bem explorados, né? Haha! Bom, eu tive uma mescla de sentimentos pelos personagens desses livro, você tem aqueles que ama e odeia, aqueles que ama e aqueles que odeia, é uma bipolaridade extrema!

Claro que tive meus preferidos, à começar pela Vianne, ela demonstrou ser uma mulher forte no decorrer do livro, sabe, eu fiz um post onde eu falei um pouco sobre a Vianne (Li até a página 100), e nele eu citava que ela era frágil e dependente, o que se mostrou irreal na decorrer da leitura, pois ela sofreu e fez coisas que seriam impensáveis para alguém frágil. Ela foi a minha personagem preferida, nem mesmo Isabelle, que eu disse que eu gostava mais, subiu tanto no meu conceito quanto ela, uma palavra que define bem Vianne é IMPREVISÍVEL.

Outra personagem que gostei muito, foi a Isabelle, ela foi um dos que amei, odiei e voltei a amar. Cara, eu fiquei chocado com o que ela fazia e da forma que fazia, poxa, eu nunca vi uma personagem tão impulsiva quanto ela, gente, teve coisas que fiquei com os olhos arregalados e com somente um pensamento, Ah, papai, agora vai dar merda!. E devo dizer, que menina de sorte.

Um dos campos de concentração da época

Outros personagens fizeram parte dessa história incrível, alguns deles são: Raquel, a melhor amiga de Vianne, Sophie, filha de Vianne, ao qual viu sua infância morrer, Sarah, filha de Raquel e melhor amiga de Sophie, Capitão Beck, um nazista que, apesar do lado, foi um personagem que ganhou minha empatia, pois não concordava inteiramente com o que faziam, entre vários outros que formaram esse enredo chocante!

"Não se esqueça de mim, pensou Isabelle."

Os cenários foi algo muito bem trabalhado na história, Kristin Hannah fez um belo trabalho ao descrever os cenários. Posso dizer que me senti no Rio Sena, olhando meu reflexo em suas águas, me senti olhando a Torre Eiffel do apartamento do pai das nossas protagonistas, entre várias outras ocasiões que pude vislumbrar um cenário lindo e majestoso, mas não se engane, o livro não foi composto somente de lindas paisagens, outras nada agradáveis também compuseram essa história.

A edição está linda! Essa capa, as folhas amareladas, o tamanho de fonte e, até, o cheiro! Haha! Esse livro me agradou em todos os aspectos, e isso aconteceu de forma surpreendente! Recomendo muito!

A esperança, mesmo que pequena, salva vidas.