Resenha: Eu é um outro - Hermes Bernardi Jr.

Informações do livro:

Autor: Hermes Bernardi Jr.
Editora: Edelbra
Ano: 2014
Páginas: 80
Onde Compra: Edelbra, Saraiva, Cultura

Sinopse:

O autor criou um relato consistente e denso, por vezes fragmentado e dissolvido, que rompe seu silêncio na primeira sessão de terapia de Edu. No reservado do espaço, onde apenas seu terapeuta pode ouvi-lo, Eduardo solta seus pensamentos em profusão, em ordem desconexa, um turbilhão, muito comum nesta fase da vida, quando perguntas buscam respostas e algumas dúvidas naturais desejam ganhar forma de personalidade.

Vamos a Resenha:

"Ah, tô perdendo meu tempo tentando materializar o abstrato. Confuso. Não sei."

Eduardo é um garoto que está passando por uma "fase", onde ele descobre coisas novas, tanto no corpo, quanto na mente.

"Mas o dia claro ensaia uma tempestade, percebe?

É nesse momento que surge certezas, que se transformam em incertezas, criando uma confusão na mente de uma única pessoa. Sentimentos e sensações surgem trazendo dúvidas e medo.

Comentários:

Quando vir este livro pela primeira vez, eu não senti nada por ele, não tive curiosidade alguma, nada me instigou a ler-lo. Gostei da capa, da diagramação, mas não tive aquela vontade de ler. Mas como ele é curto resolvi inicia a leitura, e quando terminei fiquei de boca aberta, não consegui absorver totalmente a história e então o que fiz? Li de novo, e dessa vez compreendi melhor e consegui refletir sobre o que o livro tratava.

Digo que o autor conseguiu passar sua mensagem de uma forma nova, com uma linguagem que mexe com aqueles que a ler.

"Eu começava a gostar.

É.

Eu começava a gostar."

Algo novo que encontrei no livro foi a linguagem poética, que o autor utilizou para que Eduardo narrasse sua história, demonstrando ao fundo os sentimentos que o personagem principal sentia. Foi a primeira vez que li um livro com esse tipo de narração, e foi uma experiência boa e inovadora, adorei!

Houve poucos personagens, mas os que eu pude conhecer, tinham a mesma personalidade do começo ao fim. O meu preferido foi o Manon, o cabelo de fogo.

"[...] marcando fundo o que não dava pra ver na superfície, doutor."

Como disse, o autor conseguiu inovar e trazer um novo tipo de linguagem narrativa que eu não conhecia e gostei muito dessa nova descoberta. Achei a leitura muito agradável e nova.

A capa como disse antes não me chamou muita atenção, mas ela é bonita, e tem tudo haver com a história, a diagramação e a revisão estão perfeitas.

"Vai marcar pra sempre, Edu.

Já está marcado."

Uma leitura nova, que conta uma história em forma de  poesia.