Resenha: O Exorcista - Willian Peter Blatty

Informações do livro:

Autor: Willian Peter Blatty
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2015
Páginas: 330
Onde Compra: Submarino, Saraiva e Buscapé
Sinopse:

O Exorcista é provavelmente a referência principal de qualquer apreciador do terror no cinema. O que nem todo mundo sabe é que a história original que inspirou o longa foi publicada dois anos antes, em 1971, pelo escritor e roteirista William Peter Blatty.
Após ler uma matéria sobre o exorcismo de um garoto de 14 anos, William concebeu a perturbadora trajetória de Chris MacNeil, uma atriz que sofre com as inesperadas mudanças de comportamento de sua filha, Regan, de 11 anos. Quando a ciência não consegue descobrir o que há de errado com a menina e uma nova personalidade demoníaca parece vir à tona, Chris busca a ajuda da Igreja no que parece ser um raro caso de possessão demoníaca.

"E que meu apelo chegue a Ti..."

Regan MacNeil sempre foi uma criança adorável, divertida, doce e criativa. Sempre fazendo coisas interessantes e brincando com seu amigo imaginario, o Capitão Howdy. Porém, coisa estranhas começam a acontecer, Regan, a quem sempre foi educada, começa a falar obscenidades, a mijar no tapete em frente a convidados de uma reunião. Conclusão, Regan possui algum problema psicológico.

Porém, nenhum médico consegue explicar o que aflige a pequena Regan. Chris MacNeil, mãe de Regan, não sabe mais a quem recorre, até que ela resolve ir de encontro ao Padre Damien karras, a quem tem dúvidas sobre sua fé e lhe pede para que a ajudasse...

"- Talvez o mal seja a provação da bondade. E talvez até mesmo o Stanás sirva, de certa forma, para testar a bondade de Deus."

Um dos meus favoritos? Não, infelizmente! A leitura foi viciante, fluída e rápida! Mesmo com capítulos longos, eu sempre conseguia terminar-lo rápido. Mas faltou uma coisinha, que citarei mais para a frente...

A narrativa do autor é muito simples, uma coisa que me surpreendi, pois foi um livro escrito em 1971, mas a escrita é muito moderna, eu não me surpreenderia se na narrativa tivesse carros flutuantes e MacBook. E, além de simples, é muito fluída, eu, sinceramente, esperava algo mais lento, por ter algumas explicações sobre doenças mentais, mas não, eu me senti no lugar da Chris, ouvindo aquela explicação e ansiando por mais, tentando entender o que acometia a pequena Regan.

A narrativa é em terceira pessoa, sendo que a mesma acompanha diferentes personagens durante a leitura, deixando nós, leitores, mais informados sobre a vida e as ações de personagens distintos.

O autor aborda assuntos muito modernos hoje em dia, mesmo que não muito divulgado, ainda é um assunto polêmico e que gera debates pelo mundo tudo, que é sobrenatural versus ciência e fé versus razão. O livro gira em torno destes questionamento, sendo às vezes de forma direta e outras de forma subentendida.

Eu, na minha humilde opinião, creio que existe muitas outras coisas além do que podemos ver e tocar. Claro que muitas coisas estão aí com uma explicação plausível, veja bem, plausível, mas há outras que nunca foi explicado e que nunca será. Resumindo, eu sei que há outras coisas além do que vemos e tocamos, há inúmeras coisas que só sabe que existe, quem crer, quem acredita. E, por favor, não estou falando de religião, até porque eu não tenho uma, mas de uma opinião pessoal.

" - [...] costumo ver a possessão nas coisas pequenas, Damien. Nas picuinhas e nos desentendimentos; na palavra cruel e cortante que salta livre à língua entre amigos. Entre namorados. Entre marido e mulher. Temos muito disso e não precisamos de Satanás para criar nossas guerras. Conseguimos criá-las sozinhos... Sozinhos."

Agora, depois que falei um pouco sobre alguns dos pontos positivos da obra, irei dizer o que faltou para mim, foi isso que não tornou esse livro um favorito, o que é? Simples, eu não senti medo. Isso mesmo, não senti nem um arrepio, nem uma sensação de alguém me observando, muito menos medo de ir para o banheiro a noite.

Nesta parte o livro foi uma decepção, talvez eu que tenha ido com altas expectativas nesse quesito, mas, convenhamos, com os comentários que ouvimos de quem já leu e diz que ficou noites sem dormir, que sentia alguém a observando, que tinha pesadelos horríveis e, além de tudo, que a pessoa desmaiava do nada. Sim, meus claros leitores, eu ouvi isso tudo e mais. E eu? Nem um arrepio. Mas isso tira o mérito do livro? Não, claro que não, apesar de não sentir medo, eu gostei de como o livro foi escrito e dos assuntos abordados, o autor fez um grande trabalho.

E, para quem não sabe, o livro teve uma adaptação, sim, e isso foi em 1973, claro, um sucesso de bilheteria e foi o primeiro filme a explorar os efeitos especiais daquela forma. Pessoas, esse foi um filme chocante para a época de seu lançamento, um feito pouco reproduzido depois, nem mesmo suas continuações, sim, teve continuação, dizem que foram péssimas, poucas se salvaram, porém nenhuma repetiu o sucesso do primeiro. Digo que com o filme eu não me decepcionaria, eu ainda não o assisti por completo, só algumas cenas, mas eu sei que ficaria impressionado e com medo de ir no banheiro, vamos ver se isso realmente vai acontecer, assim que eu assisti, falarei sobre com vocês!

Aliás, devo dizer que esse livro foi inspirado em fatos reais, e que tudo isso aconteceu a um menino e não a uma menina menina e muito menos a família era famosa, como a Chris McNeil é. Eram uma família modesta, mas com uma boa condição e, também, poucos acontecimentos foram alterados. Só mais um motivo para dizer que irei ter medo do filme.... 

" - Mas já que tudo o que há de ruim no mundo leva você a pensar que o diabo tem que existir, então como é que você explica tudo o que há de bom?"

Depois de tanto falar, agora estar na hora de dar a merecida atenção aos personagens dessa obra, bom, nem preciso dizer que eles foram muito bem construído e que eu tenho os meus favoritos. Confesso que a minha personagem favorita foi a Regan e suas "personalidades", não vou dizer muito sobre eles, pois achei que eles são os principais na obra, suas dúvidas, crenças e ações. O autor fez uma bela descrição, gostei da forma como ele o fez, fazendo com que eu esteja ali, olhando tudo a minha volta e o que acontecia naquele momento.

A edição do livro é simples, mas essa capa, essa capa deixa qualquer um apaixonado! Desculpe quem não gosta, mas eu amei essa capa e achei tudo a ver com a história, eu sei que existe várias outras versões, mas, de longe, essa é a melhor, na minha opinião. A diagramação é simples, sendo a história dividida em partes e, o mesmo, em capítulos. As folhas são amareladas e possui um bom tamanho de fonte

Há muito além do que vemos e tocamos, e, os mesmos, podem ferir e matar.