Resenha: O que há de estanho em mim - Gayle Forman

Informações do livro:

Autor: Gayle Forman
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 224
Onde Compra: Submarino, Saraiva e Buscapé
Sinopse:

Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.

"O que cada uma de nós havia feito para estar ali? Cassie gostava de meninas mais do que achavam que deveria. Bebe gostava de meninos mais do que deveria. V pensava em morte mais do que deveria. E eu? Por que é que estava ali? Porque era mais parecida com a minha mãe do que deveria? Porque assustava meu pai mais do que deveria?"

Com uma vida recheada de problemas familiares, Britt se ver como a ovelha negra de sua pequena família. Sentindo que sua madrasta não gosta dela, ela tenta permanecer menos tempo possível em sua casa, onde seu pai não é a voz dominante e onde, antes, vivia uma família feliz e unida, até que sua mãe biológica sumiu e deixou Britt e o pai sozinhos.

Com a promessa de uma viagem, Britt e o pai vão para a estrada, porém, ao passar do tempo, Britt perceber que não estão indo para o Grand Canyon e isso a deixa nervosa, mas o pai diz que havia pegado um desvio e que logo estariam lá. Mas, no final das contas, Britt foi internada no Red Rock, uma escola para menina problemáticas, que promete que, com seus métodos nada convencionais, vai ajudar as meninas a se tornarem normais. O que não é mentira.

"É que a gente acha que a loucura e a sanidade ficam em lados opostos de um oceano, mas na verdade não passam de duas ilhas vizinhas."

O que há de estranho em mim combinou perfeitamente com o dia e a hora que eu o comecei a lê-lo, pelo simples fato de o sol está a 40 graus e ser umas nove horas da manhã e, o pior, estar numa fila enorme do lado de fora do Correios para pegar uma encomenda. Naquele momento, me senti na "pedreira" que as personagens se reuniu algumas vezes no decorrer da história. Uma pergunta, tem como não se senti mais inserido na história? 

"Parei um segundo só para observar minhas Irmãs ali, reunidas à beira de um precipício. Depois corri ao encontro delas."

A leitura foi muito fluída e rápida, a escrita da Gayle Forman é envolvente e lhe deixa muito entretido durante o tempo de leitura. Confesso que fiquei impressionado ao saber que este livro foi o primeiro YA escrito pela autora e, devo dizer, gostei muito mais desse do que Se Eu Ficar e Apenas um dia.

O interessante neste livro é a forma como a autora leva a história, sempre tratando de forma simples assuntos muito sérios, nunca enchendo ás páginas de informações, mas também nunca nos deixando confusos sobre o que estava sendo tratado. A escrita da autora foi muito bem desenvolvida e trabalhada, a autora, no final do livro, em uma nota, mesmo diz que houve uma enorme pesquisa em torno dos assuntos abordados e nós percebemos isso no decorrer da leitura e foi algo que gostei muito na história.

"- [...] Faça um favor para todo mundo: deixe de lado esse orgulho besta.Essa era uma das lições mais valiosas do Red Rock"

Bom, quando comecei a conhecer a Red Rock, fiquei me perguntando porque aquela coisa ainda continuava aberta e funcionando, pois os tratamentos daquilo não são algo que ajude, mas sim que prejudicam. Mas percebi que ainda há diversas clínicas que dizem ajudar, mas que só pioram o estado do paciente, que elas são tão comuns e que estão debaixo dos nossos narizes, mas camufladas por elogios e relatos positivos falsos. E, pode apostar, no Brasil também existe. Por isso, caso seja necessário internar algum familiar com algum tipo de problema, procure referências da clínica e veja se é confiável, assim evitaremos mais história parecidas com a da Britt.

Os personagens, ah, os personagens... Confesso que me apaixonei por vários! Britt é a primeira, ela é forte e tem uma personalidade muito forte, seu jeito de ser é algo que nos faz torcer por ela, como eu disse, me apaixonei por ela. Todas as outras, também, são apaixonantes, V., Bebe, Martha e Cassie garantiram um lugarzinho no meu coração. Bem, todos os personagens foram bem criados e explorados, todos tiveram um papel importante na história. Os cenários foram bem criados e pude me sentir neles, principalmente na "pedreira"

A edição do livro é bem simples, mas linda! As folhas são amareladas, os capítulos numerados e possui um bom tamanho de fonte, deixando a leitura mais rápida. Livro recomendado! 

O melhor nem sempre é o que pensamos.